Esta pequena peça foi escrita em 2011, em apenas uma tarde, produto da convergência: foi a época em que comecei as minhas aulas de composição com Ataualba Meirelles nos Cursos de Extensão da Ufba, e frequentava as master-classes do professor Pedro Robatto -coisa que faço até hoje-.

A versatilidade do instrumento me fez imaginar uma espécie de duo para clarinete solo, dividindo o material em planos. Enquanto isso, Ataualba havia me mostrado uma música dele, mais para o gênero do jazz contemporâneo, onde um baixo elétrico fazia uma introdução com ‘sabor serial’. E assim, sem nenhum compromisso com o serialismo, arrisquei dar um pouco desse tempero para um dos planos que compunham este diálogo.

O estudo foi estreado por Pedro Robatto no Teatro Villa Velha em 2013.

A peça não tem exatamente uma narrativa programática, mas a imagem de um barco enfrentando um mar agitado me acompanhou durante o processo. Muitos já conhecem o talento e a excelência de Pedro Robatto na clarineta, mas nem todo mundo conhece a forte relação que o professor tem com o mar, e é por isso que essa peça foi inspirada e dedicada a ele, meu maestro e amigo.